Definido o caminho que queremos seguir na nossa empresa podemos determinar quais são as possibilidades (e são muitas) que temos, ainda que com custos controlados, para manter os trabalhadores motivados e com uma boa ligação à empresa.
Recordo a coluna anterior em que referíamos: se se predispuserem a ouvir as pessoas que trabalham convosco lado-a-lado, certamente ficarão surpreendidos com o impacto alguns passos têm na sua motivação.
Começamos por abordar as recompensas que são externas ao indivíduo e representam o aspeto mais material das suas concretizações. Estão relacionadas com as condições diretas de trabalho e com o sistema de Gestão da empresa.
Destacamos para esse efeito três tipos de recompensas extrínsecas:
a) Retribuições:
Nestas temos que considerar o termo no sentido mais global que o mesmo pode ter. Começamos com Retribuição Base que deve (sempre!), ter em conta a referência à Convenção Coletiva de Trabalho a aplicar. No entanto, como todos reconhecemos, tal pode ser substancialmente diferente do valor de mercado. Então a remuneração base deve ser equilibrada considerando: a remuneração de referência, a remuneração de mercado e as possibilidades da própria empresa.
A partir deste valor, a retribuição base pode ter como acréscimo uma série de componentes considerando o modo específico de execução do trabalho (subsidio de turno, horário noturno, isenção de horário, …) ou pelo mérito no cumprimento da função ou na capacidade de atingir e/ou ultrapassar objetivos (prémios, gratificações, comissões,…).
b) Estabilidade:
Este é um fator verdadeiramente relativo: o que é que representa a estabilidade / segurança para cada pessoa. Para alguém que sucessivamente foi contratado a “recibos verdes”, um contrato a termo é muitas vezes um fator de enorme estabilidade; para outras realidades, qualquer tipo de contrato que não o Sem Termo é revelador de uma enorme instabilidade.
Mas nem só da relação contratual vive o sentimento de estabilidade: o facto da empresa estar bem posicionada no mercado, ser reconhecida, ou mesmo que numa fase de menos trabalho, se a empresa apresenta evidencias de procurar novos negócios, tem uma estratégia definida e uma abordagem inovadora face ao passado, introduz um enorme fator na perceção de que tudo ficará bem.
A estes fatores acrescem ainda (e não menos importantes) os fatores como a Segurança no Trabalho e as condições básicas e essenciais para a prestação do trabalho com qualidade.
c) Espaços Sociais e promoção das relações
Cada vez mais, existem fatores determinantes para o bem-estar dos profissionais na empresa, que muitas vezes não representam um custo muito elevado mas aumentam exponencialmente o sentido de pertença e bem-estar no trabalho. Para esse efeito ficam para reflexão algumas ideias: existem espaços adequados para “os tempos livres” dos vossos trabalhadores (cantina, refeitório, sala de convívio), a empresa proporciona formação adequada às funções aos colaboradores e a mesma tem tido uma influência prática no trabalho dos mesmos, existem momentos que servem para a reflexão do que correu bem e mal em cada projeto, existem métodos de reconhecimento dos méritos dos trabalhadores (através do jornal interno, placard informativo, página do facebook), a empresa evidencia preocupação com aspetos pessoais da vida dos seus colaboradores (nascimento de um bebé, entrada do filho na universidade)?
Susana Santos
COO e Partner