Outsourcing na Gestão de Recursos Humanos

Outsourcing na Gestão de Recursos Humanos

Cada organização é composta por sectores diferenciados ou diferenciáveis pela competência, funções ou objetivos que cada um representa dentro da estrutura.

Todos conseguimos identificar pelo menos o sector administrativo, comercial e de produção (entendendo-se aqui não só no âmbito fabril, mas de forma genérica).
Em cada um dos sectores conseguimos ainda identificar aquelas funções que compõem o core business da organização, devendo necessariamente ficar centradas no núcleo de trabalhadores da própria organização, e aquelas que, pela sua natureza e realidade da organização, podem ser distribuídas externamente por profissionais competentes que tragam uma mais-valia nas respetivas áreas.

Esta estratégia traz três vantagens diretas: a redução de custo na medida que a adjudicação externa representa um menor investimento comparativo do que a contratação de um trabalhador, maior rapidez na implementação de medidas porquanto existe alguém cuja prioridade é precisamente essa (por contraposição à equipa interna que está absorta em medidas imprescindíveis à prossecução do core business da organização) e a melhoria da qualidade por via da especialização dos prestadores desses serviços.

De facto, ao entregar certas tarefas a especialistas, consegue que a sua organização se concentre naquilo para que foi criada e usufrua da especialização de terceiros em tudo o que são tarefas afins à sua atividade.
Atualmente, vários exemplos existem, desde a contabilidade, passando pela informática, chegando à manutenção, mas um exemplo inquestionável – e já muito testado – é a gestão dos recursos humanos.
Todas as organizações têm recursos humanos e como tal necessitam de gerir este recurso basilar à sua atividade mas que não representa o core business da mesma.

Esta área tem inúmeras obrigações legais e especificidades, porquanto lida diretamente com as pessoas e, sejamos fracos, não existem soluções tabeladas que funcionem garantidamente com todos os trabalhadores, em todas as organizações, da mesma forma.

Por assim ser, progressivamente as organizações têm vindo a recorrer externamente, quer ao nível do pay roll (processamento de salários), quer à própria gestão qualitativa dos recursos humanos, onde incluímos nomeadamente a avaliação de desempenhoformação profissionalrecrutamento e seleção.

Temos constatado que até nas organizações de menor dimensão há a necessidade de criação e implementação deste departamento, dando acompanhamento no cumprimento das obrigações administrativo-legais, quer no processamento de salários, quer na qualificação e tratamento das vicissitudes ao longo da relação laboral, quer mesmo na gestão e mediação de conflitos existentes.

Já em organizações de maior dimensão, usualmente com uma estrutura interna de Recursos Humanos, há a necessidade de aprofundar estas matérias e explorar toda a potencialidade do quadro de pessoal existente, através de uma estratégia de intervenção qualitativa, desde a forma de admissão e seleção, até à verdadeira gestão de carreiras.

Para que a opção pelo outsourcing contribua para o sucesso da sua organização, é imprescindível encontrar o parceiro ideal, alguém que possa trazer, pelo menos, as três mais-valias acima descritas (redução de custo, maior rapidez e melhoria da qualidade), devendo privilegiar-se na escolha do mesmo, não só a sua capacidade técnica, como também a sua compatibilidade com a cultura da organização, bem como com os seis métodos de atuação.

Consideramos que esta é a tendência para futuro, em concreto, no âmbito dos Recursos Humanos, especialmente com o progressivo desenvolvimento de soluções informáticas de apoio que permitem praticamente anular os constrangimentos do utilizador e o prestador não co-existirem no mesmo espaço físico.

Rita Baptista
Partner, HR Consultant
ritabaptista@humangext.com